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Rede Federal celebra 113 anos de existência
Confira matéria do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) sobre o aniversário da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Nesta sexta-feira, 23 de setembro de 2022, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica completa 113 anos. Uma história iniciada com a criação das primeiras Escolas de Aprendizes Artífices, pelo então presidente da República Nilo Peçanha, em 1909, e que ultrapassa várias nomenclaturas, institucionalidades, marcos legais e objetivos pedagógicos, mas que mantém o foco na formação qualificada para o trabalho, na inclusão social, no desenvolvimento humano e na intervenção na sociedade.
No decorrer dos anos, a centenária Rede foi modernizada e está presente em todos o território brasileiro, principalmente em seu interior. Atualmente, são 661 campi em 578 municípios do país. Mais de um milhão e meio de estudantes frequentam um dos quase 12 mil cursos ofertados, desde o nível básico até a pós-graduação. Para isso, a estrutura nacional conta com mais de 80 mil servidores. A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é formada por 38 Institutos Federais; dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets); 22 Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais; e pelo Colégio Pedro II.
As instituições são referências nacional e mundial em suas áreas de atuação, com desempenho comprovado pelos resultados dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). “Nossas instituições contam com uma boa infraestrutura de salas de aula e laboratórios, além de um corpo técnico muito qualificado. Nossos docentes conseguem trabalhar os conteúdos de ensino, pesquisa e extensão de maneira indissociada, o que confere a Rede Federal uma qualidade exemplar”, analisa o reitor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Odacir Antônio Zanatta.
Além do ensino verticalizado, outro diferencial é o alinhamento dos projetos de ensino, pesquisa e extensão aos arranjos produtivos locais e às demandas do mundo do trabalho, potencializando o desenvolvimento regional e gerando empregabilidade dos egressos, além de promover a inclusão. “A influência que os Institutos Federais têm no desenvolvimento local é extremamente importante. Cada vez mais precisamos de projetos de iniciação científica fortes para que eles se integrem às comunidades e consigam atingir as populações mais carentes para gerar renda. Vale ressaltar que a interiorização é uma de nossas principais premissas,” pondera a reitora do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), Elaine Borges Cassiano.
Apesar das dificuldades orçamentárias, a Rede Federal segue exercendo seu papel primordial de ofertar para os brasileiros uma educação pública, gratuita e de excelência, qualidade essa comprovada ao se observar o desempenho de dezenas de estudantes e egressos que estudaram em uma das instituições da Rede Federal. Conheça alguns casos de sucesso que mostram a necessária importância do investimento na Educação Profissional, Científica e Tecnológica, como uma política de Estado robusta e eficaz. Para conhecer outras histórias que movimentaram a Rede Federal nos últimos 113 anos, acesse o Instagram do Conif. A página compartilha histórias de estudantes, egressos e servidores que tiveram suas vidas mudadas pelas instituições que compõe o Conselho.
Ciência e o asteroide Estradioto
A egressa do IFRS Juliana Estradioto conquistou o 1º lugar no Prêmio Jovem Cientista de 2018 com a pesquisa “Desenvolvimento de Filme Plástico Biodegradável a partir da Fibra Residual do Maracujá”. A primeira colocação também foi garantida na Intel International Science and Engineering Fair (Isef) com trabalho sobre o aproveitamento da casca da macadâmia. A conquista deu a ela a oportunidade de batizar um asteroide com seu sobrenome.
Ivair Gontijo nasceu Moema (MG), trabalhou na infância como engraxate, estudou no IFMG Campus Bambuí (antigo Colégio Agrícola), onde teve seu primeiro contato com nomes como Isaac Newton e Albert Einstein. Hoje, ele é cientista da Agência Espacial americana (Nasa) e trabalhou na equipe que enviou para Marte um drone batizado com o nome de “Perseverance” (Perseverança).
O estudante Lucas Tejedor está entre os dez finalistas do Global Student Prize 2022, que elege os “melhores estudantes do mundo”. O anúncio dos finalistas ocorreu em agosto de 2022. O estudante do Cefet/RJ mora em Bangu, na Zona Oeste do Rio, e é aluno do 4º ano do ensino médio técnico do Cefet-RJ. Ele gasta 5 horas no transporte público para ir e voltar do colégio (entre ônibus, trem e trechos a pé). O jovem já conquistou inúmeras medalhas em eventos de destaque nacional, como a Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC) e a Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação (FECTI), maior feira de ciências do estado do Rio de Janeiro.
Laura Drebes e Camily Pereira, estudantes do IFRS – Campus Osório, desenvolveram absorventes higiênicos ambientalmente sustentáveis e mais baratos, em comparação com os produtos encontrados no mercado, de algodão e plástico. O baixo custo dos absorventes, que é de R$ 0,02 em média, contribui para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual. O projeto foi premiado no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (Stockholm Junior Water Prize – SJWP). Elas foram as únicas representantes do Brasil no evento, que ocorreu em agosto de 2022.
Conif – Criado em 24 de março de 2009, o Conselho reúne os dirigentes máximos dos 38 institutos federais, dois centros federais de educação tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II e tem dentre os objetivos a valorização, o fortalecimento e a consolidação da Rede Federal, que contabilizam mais de 600 unidades em todo o País. O Conif atua no debate e na defesa da educação pública, gratuita e de excelência.
Texto: Assessoria de Comunicação do Conif – com edição do Departamento de Comunicação do IFRS