Pesquisa
IFRS tem oito projetos finalistas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia
Descobertas inovadoras, soluções ecologicamente sustentáveis, produtos com custo inferior aos disponíveis no mercado, propostas colaborativas…. Tudo isso é ciência desenvolvida por estudantes de ensino médio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e que está sendo apresentada na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).
Oito projetos desenvolvidos por estudantes do IFRS são finalistas da edição deste ano da feira (conheça os projetos do IFRS abaixo). Cinco deles do Campus Osório, dois de Caxias do Sul e um de Canoas. O evento teve início nesta segunda-feira, dia 14 de março, e ocorre até o dia 26, em formato on-line. Há mostra virtual de projetos, palestras e bancas de avaliação de trabalhos. O público poderá visitar virtualmente, na página https://febrace.org.br/virtual/. A programação completa está disponível no site www.febrace.org.br.
Projetos do IFRS na Febrace 2022:
Campus Osório
Desenvolvimento de celulose bacteriana produzida a partir dos resíduos do processamento de uva
Estudante Amanda Ribeiro Machado, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio
Professora orientadora: Flávia Twardowski
Área: Ciências Agrárias – Ciência e Tecnologia de Alimentos
Neste projeto, resíduos da produção do suco de uva e do processamento de vinho foram transformados em uma celulose bacteriana (espécie de plástico), que é um material biodegradável alternativo aos polímeros artificiais (empregados para a produção dos mais diversos objetos e materiais) e com potencial também para a geração de energia (podendo ser usado, por exemplo, em automóveis e residências). A transformação é feita a partir de um processo biotecnológico.
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Eco-socius: o comportamento dos jovens do litoral norte gaúcho na economia circular
Estudante Victórya Leal Altmayer Silva, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio
Professora orientadora: Flávia Twardowski
Área: Ciências Sociais e Aplicadas – Economia
Neste trabalho, a estudante desenvolveu um método para explicar o comportamento dos jovens do Litoral Norte gaúcho na economia circular, abordando aspectos como redução no consumo, reutilização e reciclagem. O estudo demonstrou que ações educativas podem estimulá-los a adotar práticas de consumo com responsabilidade social e ambiental. Foram empregadas equações matemáticas e análise multivariada (observação de diferentes características).
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Estudo de extratos aquosos de plantas medicinais na inibição do agente causal da sigatoka-amarela da bananeira – fase II
Estudante: Amanda de Lorenzi Borges, do curso Técnico em Administração Integrado do Ensino Médio
Professora orientadora: Flávia Twardowski
Área: Ciências Biológicas – Microbiologia
O projeto estudou a ação de diferentes extratos de plantas medicinais na inibição do crescimento de um fungo que causa a sigatoka-amarela, a qual afeta as bananeiras e pode resultar em perdas totais na produção. A estudante observou que os extratos aquosos de alho e de cravo-da-índia controlaram inteiramente o desenvolvimento do fungo responsável por essa doença, sendo uma alternativa aos métodos convencionais de controle que utilizam agrotóxicos.
Sustainpads: uma alternativa acessível e ecológica aos absorventes femininos
Estudantes: Laura Nedel Drebes, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio; e Camily Pereira dos Santos, do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio (foto em destaque neste texto)
Professora orientadora: Flávia Twardowski
Área: Ciências Exatas e da Terra – Química
As estudantes pesquisaram e desenvolveram materiais absorventes a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira. São alternativas mais baratas e ambientalmente sustentáveis para a confecção de absorventes higiênicos em comparação com o algodão e os plásticos comumente utilizados. A pesquisa busca contribuir para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual.
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Utilização do lodo ativado como agente na degradação de micropartículas plásticas
Estudantes: Igor da Rosa de Oliveira e Laura Teixeira da Rosa
Professor orientador: Claudius Jardel Soares
Professora coorientadora: Flávia Twardowski
Área: Ciências Exatas e da Terra – Química
O trabalho verificou, na região costeira do Litoral Norte gaúcho, a ocorrência de pequenas partículas de plástico (microplásticos) que impactam negativamente o meio ambiente. A partir disso, propôs uma forma de reduzi-los, com a biodegradação a partir do uso de lodo resultante do processo de tratamento de esgoto (lodo ativado).
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Campus Canoas
Plataforma web gratuita Revisão Online: um espaço colaborativo de aprimoramento da escrita de redações para o Enem e demais vestibulares
Estudantes: Ana Carolina Barreto Linck e Brenda Leites da Silva, ambas do curso técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio
Professora orientadora: Cleusa Albilia de Almeida
Professor coorientador: Marcio Bigolin
Área: Ciências Humanas – Educação
O sistema on-line gratuito do projeto Revisão Online foi desenvolvido com o objetivo de melhorar a produção de textos dissertativo-argumentativos. Os usuários são munidos de ferramentas de correção e escrita de redações da plataforma que são fundamentadas nas competências do Enem. Na metodologia da plataforma, o usuário produz uma redação por meio de um tema escolhido por ele ou sugerido pelo software. Depois, recebe textos motivadores à escrita que estão no modelo em uso no Enem, escreve seu texto e envia para a revisão de dois usuários sorteados pelo software. O sistema encaminha, aleatória e anonimamente, duas redações de demais estudantes para o usuário corrigir, podendo esse buscar mais revisões e o escritor pode avaliar as correções feitas em sua produção com estrelas até cinco e/ou comentário enviado a cada revisor.
Um dos diferenciais é o trabalho em grupo. E o sistema permite a um professor ou um estudante líder personalizar o grupo conforme a sua preferência. Atualmente, a plataforma tem 850 usuários, os quais já produziram 852 redações e realizaram 2.297 revisões. O sistema tem ainda 21 grupos de estudantes com 442 membros.
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Campus Caxias do Sul
Família gênica ERF e seu envolvimento na adaptação de cultivares de maçã
Estudantes: Taís Monteiro Ecker e Emanuel Eliabe Alves, do curso técnico em Química Integrado ao Ensino Médio
Professora orientadora: Ana Lúcia Anversa Segatto
Professora coorientadora: Andreia Carina Turchetto Zolet
Área: Ciências Biológicas – Genética
Os alunos estudaram genes das maçãs Gala e Fuji com o objetivo de encontrar diferenças genéticas que pudessem ser utilizadas para criar variedades de maçã resistentes ao ataque de fungos. Em Caxias do Sul a maior produção agrícola é de maçãs, a pesquisa busca ajudar na implantação de uma agricultura sustentável na região. Foram encontradas diferenças nos genes estudados entre as cultivares e o próximo passo é tentar elucidar qual o papel delas na adaptabilidade das macieiras.
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Pobreza menstrual em Caxias do Sul (RS): Qual o papel da escola diante desta problemática?
Estudantes: Alice Guedes Reguly e Sabrina Colombo
Professora orientadora: Mariana Scussel Zanatta
Área: Ciências Humanas – Sociologia
A pesquisa objetivou fazer um levantamento de dados entre estudantes do ensino médio de Caxias do Sul, de forma a trazer visibilidade à temática e conscientizar a população. Para tanto, foi realizado um estudo bibliográfico que também contribuiu para a elaboração do questionário destinado a estudantes de diversas escolas das redes privada, estadual e federal. Com perguntas relacionadas aos conhecimentos dos participantes sobre pobreza menstrual e as experiências menstruando no ambiente escolar, para aquelas que menstruam, e enviado em formato de formulário eletrônico. Foram recebidas 299 respostas, que permitiram a análise de dados, comprovando ou negando algumas hipóteses levantadas pelas pesquisadoras e expandindo a discussão, ao abrir espaço para novos questionamentos. A partir das respostas dos estudantes, foi possível pensar em novas estratégias para o combate da pobreza menstrual, principalmente, no ambiente escolar.
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Sobre a Febrace 2022
Esta é a 20ª edição da feira. São 497 trabalhos finalistas, de 24 unidades da Federação. Eles foram desenvolvidos por 1.080 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico; de 333 escolas; coordenados por 626 orientadores/coorientadores.
Haverá uma seleção de projetos, realizada em três rodadas de bancas de avaliação (duas realizadas em janeiro e mais uma que será neste mês de março) e pelos materiais postados pelos finalistas na Plataforma Virtual. Os projetos serão julgados por professores universitários e especialistas. Os autores dos melhores trabalhos ganharão troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 300 prêmios e oportunidades no Brasil e no exterior. A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 26 de março, com transmissão pelo YouTube da Febrace.
A Febrace é promovida pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e realizada pela Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC). Em 2021, o IFRS participou com cinco projetos finalistas, tendo conquistado seis premiações (abaixo, saiba mais sobre a participação do IFRS na Febrace).
Mais informações: www.febrace.org.br
O IFRS e o histórico de premiações na Febrace
O IFRS participa da Febrace desde 2014. Nestas nove edições, projetos do Campus Osório e do Campus Caxias do Sul receberam prêmios, somando inúmeros reconhecimentos para estudantes do IFRS. Foram muitos primeiros, segundos, terceiros e quartos lugares, além de credenciamentos para eventos de diversas parte do país e do mundo.
Nos anos de 2015, 2016, 2017, 2019 e 2021, o Campus Osório trouxe para o Rio Grande do Sul o prêmio “Destaque Unidades da Federação” com projetos que conquistaram o 1º lugar nas áreas em que concorriam. Em 2017, um fato histórico: foram dois 1ºs lugares. Em 2018 e em 2021, mais um. Com as premiações, oito projetos do Campus Osório já conquistaram credenciamento para a Isef Regeneron International Science and Engineering Fair, a maior feira internacional do gênero.
Em 2019, a professora Flávia Twardowski (Campus Osório) foi consagrada com o prêmio “Professor Destaque” – honraria que reconhece os esforços do docente na orientação e acompanhamento de estudantes que realizam projetos de ciências ou de engenharia.
> Texto: Comunicação da Reitoria do IFRS