Evento
Edição de 2024 da MoExP é marcada por recordes e pelos debates acerca da temática “ciência, tecnologia e sustentabilidade”
A grandiosidade da 14ª Mostra de Ensino, Extensão e Pesquisa (MoExP) do Campus Osório pode ser demostrada pelos seus números. Foram 26h de atividades intensas, realizadas do início da noite de 09 de setembro de 2024 até o final da noite do dia 11. Os trabalhos apresentados somaram 200, os minicursos ofertados 19, as instituições de ensino envolvidas mais de 60 e a participação de pessoas atingindo em torno de 650. Para além dos recordes, um evento de muitos compartilhamentos e trocas de saberes, momentos de integração, apresentações artísticas e musicais e envolvimento dos participantes, organizadores e estudantes voluntários.
Outro destaque foi a importante temática do evento “Ciência, tecnologia e sustentabilidade”, que permeou as palestras e provocou os participantes a adotarem práticas mais sustentáveis, como a apresentação de trabalhos em pôsteres de papel ao invés de lona, e a adoção de garrafinhas para tomar água e de xícaras para o cafezinho, evitando-se a utilização de descartáveis.
O maior evento do campus teve sua cerimônia de abertura às 19h de segunda-feira (09) com muito rock’n roll da banda Floral Ósseo, formada por estudantes do campus. Na sequência, uma solenidade reuniu as seguintes autoridades autoridades: a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), professora Flávia Twardowski, representando o magnífico reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck; 0 diretor-geral do Campus Osório, professor Marcio Telles Portal; a presidente da Comissão Organizadora da 14ª MoExP, professora Lisiane Zanella, diretora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do campus; o diretor-geral do Campus Litoral Norte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor Felipe José Comunello e o diretor-geral do Campus Santo Antônio da Patrulha da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), professor Antônio Luis Schifino Valente.
As falas dos representantes do IFRS destacaram os objetivos da MoExP, que vão além das apresentações de trabalhos. Para a professora Lisiane, coordenadora da MOExP, um espaço já reconhecido de trocas e compartilhamentos de conhecimentos que atingiu toda a solidez que tem, graças ao ótimo trabalho desenvolvido desde a sua primeira edição. Para o diretor Márcio, um evento que reforça o papel dos IFs para além do ensino, como uma instituição que também faz pesquisa e extensão, e que deve estar em consonância com os arranjos produtivos locais e ansios da comunidade. E para a pró-reitora Flávia, uma oportunidade de mostrar para a sociedade o papel da tríade ensino, pesquisa e extensão, e todo o protagonismo dos Institutos Federais na produção de conhecimentos e soluções para a sociedade.
A noite encerrou com a conferência “Ciência e tecnologia para a sustentabilidade”, conduzida pelo professor Renato Dagnino, do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mediada pelo professor do campus, Márcio Pozzer. Dagnino trouxe para debate as principais críticas relacionadas ao capitalismo e a educação pública. Segundo ele, a impossibilidade de alterar a dinâmica das universidades federais, comprometidas com um projeto alternativo de sociedade, mais democrática e popular, em meados dos anos 2000, levou o governo federal brasileiro a pensar uma nova institucionalidade. Este movimento resultou, em 2008, na criação dos Institutos Federais. Mas o problema neste contexto, de acordo com o professor, está no fato do corpo de servidores não possuir a compreensão exata do que são os IFs e de seu papel no desenvolvimento do território.
O segundo dia (10) iniciou às 9h com o I Encontro de Coordenadoras(es) de Projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão, mediado pela professora do campus Roberta Neuhold e pela pedagoga Paola Purin. Compartilharam seus conhecimentos sobre a condução das ações: Gabriel Silveira Pereira, assistente de alunos do Campus Osório e doutorando do Programa de Pós-graduação em Educação da UERGS, Leonardo Pospichil Lima Neto, professor de matemática da Escola Estadual Albatroz, Isabel Tedesco, professora de Letras do Campus Osório e Júlia Darol Dall’Alba, professora de Letras da Escola Estadual Ildefonso Simões Lopes, a Rural.
A tarde abriu com a apresentação do Coral da aldeia indígena Kuaray Rese, do proojeto de extensão “Criando Espaços de Construção de Aprendizagens Interculturais”. Das 14h às 17h, a quadra poliesportiva reuniu as apresentações de trabalhos em formato pôsteres, sendo dez de nível fundamental e 131 de médio/médio técnico. Às 19h foi a vez das apresentação orais de trabalhos dos níveis superior, num total de 49, e dez de pós-graduação. Ao todo, foram 200 trabalhos compartilhados com a comunidade, das áreas de ensino, pesquisa e extensão e nas mais diversas temáticas. Paralelamente, foi realizada a 11ª edição da Maratona de Programação. O evento contou com 17 participantes, organizados em oito equipes de até três participantes: Wolf; 100 comentários; Bebida favorita? Java; Race++; Trhead 1; Turma do Fundão; ThreeDevs; e Nem Gosto de Polenta. Três equipes formadas por estudantes do ensino médio, do Técnico em Informática, e cinco equipes do curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS).
No último dia do evento (11), às 9h, foi realizada no auditório a conversa “Inteligência Artificial: as possibilidades e as contradições na produção do conhecimento”, com o professor Walter Lippold (do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT, da Universidade Federal Fluminense – UFF). Ele apresentou os principais softwares de inteligência artificial que podem colaborar nos estudos e como fazer um melhor uso das tecnologias, algo que parte, necessariamente, do conhecimento do usuário e que será cada vez mais uma exigência da indústria 4.0 (assim chamada em alusão à quarta revolução industrial).
Na parte da tarde, das 14h às 16h, foram realizados os 19 minicursos, abrangendo diferentes temáticas e ofertados por professores e estudantes do Campus Osório e de outras instituições de ensino. Também foram recebidas cinco escolas municipais de ensino fundamental e uma de educação infantil, em uma proposta que recebeu o nome de “MoExPinha”. Os visitantes conheceram, no Laboratório de Física, os materiais em desenvolvimento pelos projetos Clube de Astronomia, Origens e Windmaker, e também participaram das sessões do Planetário Itinerante da UFRS – espaço que foi muito visitado ao longo de toda a MoExP. Na sequência, a Equipe JGB de patinação artística, o Grupo Gaia, do Campus Osório, e a banda Singulares, do Campus Farroupilha, fizeram suas apresentações.
O encerramento do evento ocorreu a partir das 19h, com a conferência “Mudanças climáticas e os desafios do Litoral Norte/RS”, com os professores Cátia Grisa e André Baldraia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e com mediação do professor do campus, Márcio Pozzer. Em sua fala, Grisa apresentou dados oficiais sobre os problemas climáticos e como os brasileiros estão sendo afetados. As pesquisas apontam que 74% dos problemas climáticos tem relação com o setor de agronegócio. Ela chamou a atenção para o papel e importância dos governos municipais na realização de ações de enfrentamento, uma vez que é nos municípios que as mudanças climáticas se materializam. Já Baldraia deu ênfase à diversidade sócio-ambiental do litoral norte, muito visto somente como área de praia, mas que abrange a encosta da serra, áreas de lagoas e possui uma economia muito variada, com agricultura, agroindústrias, e não somente construção civil e atividades imobiliárias. Apresentou também os problemas enfrentados na região com relação ao uso do solo na região e o aumentou exponencial da populacional na região, principalmente após a pandemia.
No final da MoExP, foram anunciados as equipes vencedoras da Maratona de Programação: a Campeã no Geral foi Bebida favorita? Java, de Arthur Ferreira Stedile; na categoria Júnior Médio, Wolf, de Willian Ramos Moreira e Arthur Silva de Almeida; na Júnior Superior, Race++, de Gustavo Viega Idalêncio e Antony Gabriel; na Sênior Médio, Bebida favorita? Java, de Arthur Ferreira Stedile; e na Sênior Superior, Trhead 1, de Luiz Gabriel Rebechi e Gustavo Policarpo Ricardo Schuaste. Ao longo do evento, foram entregues os troféus Moexpitos aos trabalhos participantes. Os destaques da edição serão divulgados no site do evento: www.moexp.osorio.ifrs.edu.br .