Início do conteúdo

Biblioteca do campus recebe o nome ‘Professora Tina Hatem’


Arte divulgação nome Biblioteca Tina Hatem

Arte divulgação nome Biblioteca Tina Hatem

Biblioteca Professora Tina Hatem – esse é o nome da biblioteca do Campus Osório desde o final de setembro, após aprovação do pedido do Núcleo de Memória do Campus Osório (Numem) ao Conselho de Campus (Concampo), por meio da Resolução Nº12/2020. A proposta surgiu das inúmeras manifestações sobre a forte representatividade e atuação da docente na primeira década do campus durante a série de lives “Vivências e Experiências”, realizada em agosto com estudantes egressos de todas as modalidades de curso e ex-servidores, em comemoração aos 10 anos do Campus Osório.

Luana Monique Lopes, bibliotecária do campus, destaca que sempre houve o desejo de dar um nome à biblioteca, mas era importante que tivesse identificação e relação direta com a comunidade e com a história do Campus Osório. “Considerando a biblioteca enquanto ‘lugar de memória’, acreditamos que sua identidade deve refletir os valores culturais da sociedade em que se insere, de modo que a comunidade se identifique com ela. Não queríamos apenas batizar o espaço com o nome de um grande escritor do país ou alguma personalidade do município. E o nome da Tina representa tudo o que buscávamos”, enfatiza Luana, que compõe o Numem e conviveu com a professora desde sua chegada ao campus.

Para o coordenador do Núcleo de Memória, Marcelo Vianna, nomear a biblioteca como ‘Professora Tina Hatem’ traduz também o sentimento e a emoção do acolhimento que a Tina, como boa mineira, sempre dedicou a todos. “Não tive o privilégio de conviver com ela, mas só ouço falar bem, principalmente da forma como lidava com as pessoas. E para marcar essa escolha e a memória da Tina, o Numem realizará, após o retorno das atividades presenciais, uma cerimônia com placa de homenagem e disposição da cafeteira como um monumento, uma lembrança da Tina para sempre”.

 

Quem foi Tina Hatem?

Texto da proposta do Numem para o Conselho de Campus

 

Maria da Conceição Hatem de Souza foi professora de Artes do Campus Osório de julho de 2010 a 2014, quando se aposentou. Ficou afastada do trabalho por mais de um ano por motivo de doença (um câncer de mama, contra o qual lutou bravamente). Faleceu em agosto de 2016.

Tina Hatem, nome pelo qual era conhecida e preferia ser chamada, era graduada em Educação Artística e Psicologia com pós-Graduação em Pesquisa e Ensino no Campo das Artes Plásticas e da Cultura, mestrado em Educação Ambiental e doutorado em Psicologia Clínica.

No campus, Tina foi professora de Arte para os alunos do Ensino Médio e Subsequente, atuando também com disciplinas relacionadas à Psicologia no curso de Pós-graduação em Educação Básica e Profissional, além de ter sido coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) – que fundou no campus e ajudou a implementar em todo o IFRS.

Porém, o grande papel de Tina no Campus Osório está ligado à extensão. Muito interessada por assuntos que envolviam a sustentabilidade, a inclusão e o fazer extensionista – que conhecia e praticava com grande destreza e naturalidade – ela foi a responsável pelos primeiros contatos do campus com a comunidade indígena Sol Nascente e a quilombola de Morro Alto. Por meio dela, a comunidade local e regional adentrou às portas do Campus Osório e se reconheceu como parte dele.

Organizou mostras e oficinas de artesanato com mulheres artesãs locais, promoveu encontros com os indígenas e também oficinas de culinária sobre diferentes temáticas, tudo isso sempre contextualizando com a arte e com a cultura. Também foi responsável pelas primeiras Semanas da Consciência Negra e pelo Espaço de Arte e Cultura do Campus Osório.

Tinha por hábito espalhar todos os tipos de arte pelo espaço do campus. E a literatura não ficou de fora: Tina foi a idealizadora do projeto “Cafeteira Poética”, que desenvolveu com os setores de Comunicação e a Biblioteca. A Cafeteira foi um grande marco e por muito tempo um cartão de visitas do campus em diversos eventos culturais da cidade. A ideia consistia em envolver uma cafeteira com poesias, de maneira que todos aqueles que diziam não ter tempo pra ler, mas que tinham tempo para um cafezinho, pudessem degustar uma poesia neste momento.

Fim do conteúdo