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Projeto de “Português como língua de acolhimento” realiza formatura de imigrantes haitianos
Com o objetivo de aprimorar as habilidades de comunicação e a integração com a comunidade local, foi desenvolvido o projeto de extensão “Português como língua de acolhimento”, que na última terça-feira, dia 6 de dezembro, realizou a formatura de 25 alunos. O projeto surgiu e foi realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Feliz, visando atender à necessidade dos imigrantes haitianos que moram no município.
Durante as conversas para viabilizar o curso, foi lançado o edital 34/2022, que oferecia bolsas para alunos proporem projetos de extensão. Assim, sob a coordenação de Rosani Maria Baumgarten, discente do curso de Licenciatura em Letras, e orientação da professora Laura Hahn Nonnenmacher, o IFRS Campus Feliz e a Prefeitura de Feliz promoveram o curso de português para imigrantes.
As aulas aconteceram de julho a novembro na sala do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), todas as terças-feiras, das 19h às 21h. O curso teve mais de 30 inscritos, dos quais 25 cumpriram os requisitos para receber o certificado de conclusão do módulo. Além dos haitianos que moram na Feliz, também participaram do curso haitianos que moram em cidades vizinhas, como Bom Princípio e Harmonia.
Segundo a professora Laura Nonnenmacher, a bolsista Rosani preparava o conteúdo e ministrava as aulas com o auxílio de Monel Cadet e Soinel Louis, que são estudantes do campus, dos cursos de Engenharia Química e ADS, haitianos que já dominam a língua portuguesa e atuavam como intérpretes, quando necessário. “A nossa intenção com o projeto era não só ensinar aspectos gramaticais da língua portuguesa, mas também aprimorar a comunicação desses alunos e a sua integração social e cultural com a comunidade local. Essa parceria entre o IFRS e a prefeitura foi muito produtiva e esperamos que se repita muitas vezes”, destaca a professora.
A estudante e coordenadora do projeto, Rosani Baumgarten, fala da contribuição do projeto para a sua trajetória acadêmica e dos desafios encontrados, especialmente “não saber falar a língua materna dos estudantes, mesmo sendo amparada por um intérprete. Mas acredito que o maior de todos os desafios foi a cultura que esses estudantes trouxeram, que se diferencia muito da nossa”. Ela também conta do esforço para que eles participassem das aulas: “Eles me pareciam muito tímidos, não se tem como avaliar a compreensão deles. A estratégia que usei, então, foi durante a aplicação dos exercícios, passar entre eles e olhar os seus materiais, vendo se precisavam de ajuda, e isso funcionou, pois eles ficaram bem mais à vontade para se manifestar. Mas no final, percebi o quanto eles ficaram gratos pelo acolhimento. Alguns estudantes até me procuraram para saber como funciona para entrar no IFRS. Não digo que todos falam o português fluente, mas os mais interessados conseguem fazer várias coisas do cotidiano que antes não conseguiam”, finaliza.