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Estudante do Campus Feliz é premiada na maior feira de ciências pré-universitária do mundo


Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) recebeu premiação na Regeneron International Science and Engineering Fair (Regeneron ISEF), maior feira de ciências pré-universitária do mundo. O trabalho da estudante Victoria Zimmer Gomes, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio do Campus Feliz do IFRS, foi premiado em quarto lugar na categoria Ciência dos Materiais, na Grand Awards Ceremony, que reconhece os melhores trabalhos em 22 categorias temáticas. Ela apresentou o projeto “Sustainware: alternativa sustentável para a produção de louça cerâmica” (leia mais abaixo).

A ISEF de 2025 foi realizada de 10 a 16 de maio em Columbus, Ohio, nos Estados Unidos, e reuniu mais de 1.600 jovens pesquisadores finalistas, de cerca de 60 países. Os trabalhos premiados foram divulgados na sexta-feira, 16 de maio.

A delegação brasileira contou com 28 estudantes, sendo 15 selecionados pela Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), pela qual a estudante do IFRS foi selecionada. Eles viajaram para os EUA com patrocínio da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil. Outros 13 alunos, selecionados pela MOSTRATEC (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia), realizada em Novo Hamburgo (RS), também participaram da ISEF.

Sobre o projeto vencedor e conquistas com a ciência

O trabalho de pesquisa “Sustainware: alternativa sustentável para a produção de louça cerâmica” buscou o desenvolvimento de uma louça cerâmica mais sustentável, que minimize os impactos ambientais causados pelo descarte inadequado de resíduos, minimize a exploração de recursos minerais, o consumo de energia e as emissões de gases do processo de fabricação.

O Sustainware avalia a viabilidade do uso conjunto de casca de arroz e resíduos de vidro na produção de louças cerâmicas sustentáveis. Os resultados indicaram que é possível fabricar louças cerâmicas contendo até 60% de resíduos em sua composição, sendo 30% de cinza de casca de arroz e 30% de vidro descartado. A pesquisa tem orientação da professora Cinthia Gabrielly Zimmer, sob coorientação da docente Suyanne Angie Lunelli Bachmann.

Victoria Gomes conta que “a estrutura da ISEF é impressionante, e a cordialidade tanto da equipe organizadora do evento, quanto dos americanos foi admirável. Além do clima competitivo, o evento proporcionou momentos culturais que incentivaram a interação entre os estudantes. A apresentação dos projetos ocorre em inglês, e os avaliadores são extremamente qualificados. Contudo, contamos com uma preparação prévia bastante intensa, oferecida pela equipe da FEBRACE, o que tornou essa etapa muito mais tranquila”.

A premiação na ISEF é a realização de um sonho e resultado de um intenso trabalho e muita dedicação. “Representar o Brasil na maior feira de ciências do mundo foi uma experiência grandiosa e desafiadora. Trata-se de uma competição com estudantes de países reconhecidos pela excelência em pesquisa de ponta. Receber um prêmio nesse contexto foi a confirmação de que todo o esforço realmente valeu a pena e de que tudo é possível quando damos o nosso melhor. Essa vivência não apenas enriqueceu meu currículo, mas transformou a forma como me enxergo como pesquisadora, hoje, sou mais confiante e ainda mais comprometida com a ciência”, declara a estudante.

A orientadora, professora Cínthia Zimmer, conta que “não existe segredo nem sorte: o sucesso de um trabalho se resume a uma única condição: ‘o aluno precisa querer mais do que o professor’. O desenvolvimento do projeto da Victoria foi marcado por um forte compromisso com a pesquisa científica e pela busca constante por soluções sustentáveis. A cada ano, ela demonstra mais maturidade e paixão pela ciência. Sua trajetória tem sido motivo de orgulho para todos que a acompanham”, observa.

A ISEF é a finalização da etapa de competições de feiras de ciências. Victoria já obteve diversos reconhecimentos com esse projeto: na 23ª edição da Febrace, realizada em março, ficou com o 1º lugar na área “Engenharia”, conquistou o “Prêmio Destaque Unidades da Federação”, garantindo o posto de melhor projeto do Estado do Rio Grande do Sul, e o “Prêmio Regeneron ISEF”, recebendo o credenciamento para o evento internacional, além de destaques em outros eventos, como a Mostratec. (Confira a matéria)

“As feiras científicas nos ensinam uma lição valiosa: saber lidar tanto com as conquistas quanto com as derrotas. Vencer é maravilhoso, mas aprender a perder também é essencial para desenvolver nossa perseverança e promover nosso crescimento. Desenvolver essa consciência ainda no ensino médio, sem dúvida, contribuirá para que eu me torne um adulto mais maduro e preparado”, finaliza Victoria.

Sobre a Regeneron ISEF:  A Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF) é a principal feira internacional de ciências e engenharia para estudantes pré-universitários, reunindo anualmente em solo norte-americano jovens talentos de cerca de 60 países. Na edição de 2025, os participantes concorreram a prêmios que somaram cerca de US$ 9 milhões, incluindo bolsas de estudo, estágios e viagens de campo.

Sobre a FEBRACE: Promovida anualmente pela Escola Politécnica da USP e realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), a FEBRACE é a maior feira brasileira pré-universitária de Ciências e Engenharia em abrangência e visibilidade. Seu objetivo é estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo na educação básica e técnica, despertando novas vocações nessas áreas e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas.

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