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O NEABI do Campus Osório realiza ação de reflexão sobre o dia 21 de março: Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial


No dia 21 de março é celebrado o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial, cujo intuito é reconhecer as lutas e as conquistas de direitos sociais por todas as raças. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao Massacre de Sharpeville, que ocorreu na África do Sul em 1960.

Após a institucionalização do Apartheid na África do Sul, em 1948, diversas leis segregacionistas foram impostas pela minoria branca sul-africana a fim de marginalizar a população negra e mestiça. A repressão do Estado era violentíssima, incluindo privação do direito de ir e vir, prisões e assassinatos desses indivíduos.

Diante disso, em 21 de março de 1960, cerca de 20 mil sul-africanos protestavam, pacificamente e desarmados, em Sharpeville contra o regime. No entanto, um grupo de policiais brancos abriu fogo contra os manifestantes, matando 69 deles e ferindo outros 186. Após o massacre, uma onda de protestos ganhou o país, com grande repercussão na imprensa internacional. Em contrapartida, o Apartheid também foi intensificado.

O governo africâner, então, baniu qualquer organização política na África do Sul, levando à clandestinidade partidos como o Congresso Nacional Africano (CNA) e instituindo um Estado de emergência no país. Nesse contexto, Nelson Mandela, advogado e líder rebelde contra o regime, abandonou a revolta pacífica, fundando a Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), braço armado do CNA.

Nesse cenário, a guerra civil ganhou força e, em 12 de junho de 1964, Madiba (Mandela) foi preso, tendo sido libertado apenas em 1990. Devido à sua liderança, mobilização do povo negro e pressão internacional, o Apartheid chegou ao fim em 1994, com a eleição de Mandela presidente da África do Sul, no primeiro pleito em que negros e negras puderam votar.

O 21 de março é, portanto, pela sua origem histórica e memórias evocadas, uma data para relembrarmos as fases perversas do racismo em diferentes lugares do mundo e os motivos para sua eliminação. No Brasil, embora não tenhamos tido um regime de Apartheid oficializado pelo Estado, a população negra foi escravizada por 388 anos, tendo sido relegada à pobreza estrutural. E, juntamente às populações indígenas originárias deste país, segue marginalizada em diferentes aspectos (saúde, segurança, moradia, educação, mercado de trabalho) e suas lideranças e juventude continuam sendo brutalmente assassinadas.

Portanto, é nosso dever enquanto humanidade e sociedade brasileira refletir sobre o sangue que banha as conquistas de diferentes grupos étnicos e o quanto ainda precisamos avançar. O NEABI do câmpus Osório se coloca na linha de frente dessa luta e convida a todos a serem parte dessa mobilização rumo a uma sociedade mais justa e com dignidade para todos.

Sharpeville, 1960

Brasil, presente

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