Início do conteúdo

Estudante e professora são homenageadas por conquista científica


Homenagem promovida pelo campus iniciou com desfile em carro dos Bombeiros

Teve desfile no caminhão de bombeiros e solenidade no Largo dos Estudantes para a estudante egressa do Campus Osório Juliana Estradioto e para a professora Flávia Twardowski na manhã do último sábado, 25 de maio de 2019. A homenagem, organizada pelo Diretório Acadêmico (DCE) com apoio do Campus Osório, buscou exaltar a conquista do  1º lugar na categoria Ciência dos Materiais na maior feira de ciências do mundo – a Intel International Science and Engineering Fair (Isef), realizada de 12 a 17 de maio em Phoenix, Estados Unidos.

No trajeto da carreata, a comunidade mostrou seu orgulho por meio de aplausos, cartazes e palavras de incentivo por essa conquista da educação pública. No Largo dos Estudantes, a dupla foi recebida carinhosamente pelas pessoas que faziam compras na tradicional Feira do Produtor. Muitos se aproximaram para parabenizar e tirar algumas fotos com as cientistas que levaram o nome do município de Osório mais de uma vez para o mundo por meio da ciência.

A pesquisa da Juliana, “Catchpooh: Aproveitamento de Resíduos para Biossíntese de Celulose e Confecção de Embalagem” foi o sétimo projeto que a professora Flávia levou para a Intel – todos premiados. Na Genius Olympiad (importante feira internacional voltada a questões ambientais) a participação de 2018 rendeu duas medalhas de ouro. Ao todo, 14 projetos já foram apresentados no exterior e receberam reconhecimentos.

A homenagem encerrou no palco do Largo, com falas de autoridades municipais, professores, familiares e representantes do Campus Osório. Todos destacaram a dedicação da aluna e da professora e se disseram orgulhosos por representarem tão bem a instituição, o município de Osório, o nosso país e, principalmente, mostrar que a educação pública possui qualidade. Ressaltaram também a premiação do Massachusetts Institute of Technology, que possibilitará que um asteroide seja batizado com seu nome, marcando também o campus e o município de Osório no universo.

— O evento deste sábado homenageia nosso trabalho e também mostra para a sociedade que o ensino e a pesquisa nas instituições federais são importantes não só para a comunidade como para a sociedade em geral, gerando informação e reconhecimento para o Brasil e para o mundo — avalia Flávia.

Juliana ressaltou sua felicidade em ser homenageada pela comunidade da sua cidade: “É muito bonito esse tipo de reconhecimento, pois também estimula outros jovens da região a se envolver com o estudo e a pesquisa científica. Muitos estudantes daqui também já perceberam que é possível mudar o mundo a partir da pesquisa, com responsabilidade e sustentabilidade “.

 

 

Sobre a pesquisa

A jovem criou um plástico biodegradável a partir da casca da noz macadâmia, que pode ser usado em curativos de pele ou em embalagens, substituindo o material sintético. O composto é obtido por meio de um processo biológico, realizado por microorganismos, sendo menos agressivo para o meio ambiente do que por processos químicos. Além de ecologicamente correta, a produção da membrana também é mais econômica em comparação ao uso de materiais sintéticos.

O consumo da noz macadâmia e o uso em produtos cosméticos e de higiene está em crescimento nos mercados brasileiro e internacional. No entanto, o processamento da noz gera 75% de resíduos, que acabam indo para os aterros sanitários orgânico ou são queimados para produção de energia. Já os polímeros sintéticos (como plásticos e borrachas) não são biodegradáveis e nem sempre são recicláveis.

Juliana transformou a casca da noz macadâmia em farinha. Essa farinha, em meio de cultivo com outros nutrientes, serviu de alimento para microorganismos, os quais produziram as membranas. Essas são compostas de celulose e possuem características (como flexibilidade e resistência) que permitem a utilização em curativos para pele queimada ou para machucado. Outro uso possível é na elaboração de embalagens para o recolhimento de fezes de cachorro, em substituição ao plástico.

O trabalho foi desenvolvido no ano passado quando a jovem cursava o último ano do curso Técnico de Administração Integrado ao Ensino Médio do Campus Osório do IFRS. A coorientação da pesquisa é do professor Thiago Maduro.

Outras premiações

O credenciamento para participar da Intel foi conquistado durante a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada em março de 2019, na Universidade de São Paulo (USP). Na ocasião, o projeto de Juliana conquistou o 1º lugar em Ciências Agrárias, o 2° lugar no Prêmio Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular e também o Prêmio Destaque Unidades da Federação como melhor trabalho do Rio Grande do Sul.

Em outubro de 2018 Juliana recebeu o prêmio de Jovem Cientista na categoria Ensino Médio, com o projeto “Desenvolvimento de um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá”.  A premiação é promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Entre as premiações já recebidas pela jovem também está uma bolsa de estudos para a Universidade do Arizona e  o convite para acompanhar a cerimônia do Prêmio Nobel no final do ano.

Fim do conteúdo