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IFRS Campus Caxias é destaque no jornal Pioneiro


O Instituto Federal do Rio Grande do Sul é destaque no jornal pioneiro na edição de hoje, dia 26 de outubro de 2018, confira abaixo a reprodução da matéria encartada no periódico regional:

 

Lucas Demeda

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Ficou para trás o tempo em que estudantes que quisessem ingressar no Ensino Superior em uma instituição pública precisavam sair de Caxias do Sul. Quem não tem condições de arcar com as mensalidades de uma faculdade privada pode apostar nas opções gratuitas, oferecidas pelas unidades do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) na cidade.

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No campus do IFRS, no bairro Fátima, cinco cursos de graduação e um curso técnico estão com inscrições abertas até o dia 7 de novembro (veja quadro). Além do mote de ensino público, o diferencial da instituição é a integração com o setor produtivo da região, conforme Silvana Kissmann, diretora de Ensino da unidade. Ela explica que o Instituto Federal foi criado para atender as necessidades dos Arranjo Produtivo Local (APL) — o metalmecânico, no caso de Caxias — e para preencher espaços não atendidos pelas instituições privadas. Além de oferecer cursos exclusivos no interior do Estado — caso da Engenharia Metalúrgica, inaugurado no ano passado — o objetivo é fornecer oportunidades para que os alunos vivenciem na prática o que aprendem na teoria.

— As nossas ações são planejadas para que o aluno possa, já no início do curso, experimentar na pratica o que é tratado na sala de aula. Temos um programa de incentivo com projetos de ensino, pesquisa e extensão, buscando integrar os alunos e os cursos. Aqui a gente faz a pesquisa teórica e coloca a mão na massa desde cedo e em todas as áreas — destaca.

A oferta de cursos também foi pensada para atender as necessidades tanto de quem busca uma formação mais aprofundada, quanto os que querem uma inserção rápida no mercado de trabalho ou já estão trabalhando, segundo Silvana.

Para Vinicius Veronese, coordenador do curso Técnico em Plástico, a qualificação dos professores é outro ponto de destaque, já que todos passaram em concursos públicos e têm dedicação integral ao instituto. Segundo Luciano Zorraski, 35, aluno de Engenharia Metalúrgica, é possível notar a diferença.

CAXIAS DO SUL, RS, BRASIL, 19/10/2018. Luciano Zorraski, 35, aluno do curso de Engenharia Metalúrgica. Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o IFRS, sediado em Caxias, está com inscrições abertas para o processo seletivo. (Diogo Sallaberry/Agência RBS)

Luciano Zorraski já estava empregado em uma metalúrgica e quer avançar na carreira cursando Engenharia Metalúrgica Foto: Diogo Sallaberry / Agencia RBS

— Eu fico muito feliz por ter esse curso na nossa região, porque a outra opção é em Porto Alegre. O que me surpreendeu são as oportunidades que a gente tem — aponta Zorraski, que trabalha em uma metalúrgica há 11 anos.

Para não deixar os formados à mercê das flutuações econômicas do setor industrial, o instituto também tenta incentivar a inovação por meio da reformulação nos currículos e de uma Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (IEBT), que já tem oito projetos inscritos.

— Você reforça o que o mercado quer para esse momento, mas como você prepara o profissional para ele se movimentar? A gente inseriu em todos os cursos disciplinas voltadas ao empreendedorismo e à inovação, como uma tentativa para que o aluno “saia fora da caixinha” — destaca a diretora de Ensino.

Cidadania e integração com a comunidade

 CAXIAS DO SUL, RS, BRASIL, 19/10/2018. Bolsista voluntário do curso Técnico em Plásticos Integrado, Cristofor Portugal (camiseta preta), 17 anos, e Bolsista voluntário do curso Técnico em Química, Alisson Bonatto (camiseta branca), 17 anos. Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o IFRS, sediado em Caxias, está com inscrições abertas para o processo seletivo. (Diogo Sallaberry/Agência RBS)

Estudantes são encorajados a participar de projetos de extensão desde cedo Foto: Diogo Sallaberry / Agencia RBS

O foco em um ensino técnico e prático, porém, não é desculpa para descuidar da formação multidisciplinar esperada de um curso superior, segundo a diretora de Ensino Silvana Kissmann. Ela destaca que o Instituto Federal tem como missão aproximar-se da comunidade que o cerca. Por isso, muitos dos projetos desenvolvidos em sala de aula têm ligação com a população do bairro Fátima.

— Os alunos de Ensino Superior estão cada vez mais integrados nessas atividades de extensão e estágio para que eles possam conhecer melhor onde vão atuar, não só enquanto profissionais, mas conhecer a comunidade. A gente também precisa formar pessoas que melhorem o mundo — aponta.

Como exemplo, o coordenador do curso de Engenharia Metalúrgica, Cleber Lessa, lembra do projeto Fátima sem Frestas.

— Tinha uma casa de um aluno (de Ensino Médio, também oferecido na unidade) aqui no bairro que era bem precária, e ele pegava gripe constantemente por causa da entrada de vento frio. A gente usou embalagens de leite, que é um isolante térmico, e conseguimos isolar toda a parede da casa, de forma que não teve mais entrada de ar — relata.

A iniciativa é exemplo da missão do instituto, segundo Silvana, que encoraja os alunos a tomarem a iniciativa por meio do uso de laboratórios e uma gestão horizontalizada.

— Todos os alunos com acesso aos laboratórios podem participar pesquisas que a gente tenta fazer com que sejam publicadas, com um fim prático. Na licenciatura em Matemática, por exemplo, usamos uma impressora 3D para imprimir peças e joguinhos matemáticos disponibilizados a três escolas do bairro. Depois, é feito um curso para que os professores aprendam a lidar com esse novo sistema de dar aula — explica.

O resultado, de acordo com a diretora de Ensino, é uma formação completa, que desde o Ensino Médio tenta escapar da dicotomia entre ciências humanas e exatas.

— O aluno que vem para a nossa instituição vai ser um profissional técnico excelente, mas também vai ser um cidadão, que vai estar preparado para viver e atuar com essa diversidade que nós temos hoje na sociedade, e melhorar. A gente não nasceu para ser só mais uma instituição de ensino, não somos uma universidade federal, somos um instituto federal de ensino, ciência e tecnologia. E a gente vai formar um profissional técnico que olhe para o futuro e consiga viver bem na nossa sociedade — conclui.

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