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Servidor do Campus Ibirubá realiza primeira defesa pública de dissertação do Mestrado ProfEPT do IFRS


A primeira defesa pública de dissertação do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) do IFRS, cujas aulas ocorrem no Campus Porto Alegre, foi realizada no dia 16 de maio de 2019, na sala de Webconferência do campus. Trata-se de um marco histórico por ser a primeira dissertação defendida do curso realizado no IFRS, que é ofertado em rede por diversos institutos e abriu sua primeira turma em 2017.

Luiz Felipe Kopper da Silva, que atua como servidor técnico-administrativo no Campus Ibirubá do IFRS, apresentou sua dissertação intitulada “Educação Política: Uma Discussão Necessária na Busca por uma Educação Integral”, orientada pela professora Dra. Maria Augusta Martiarena de Oliveira. A banca examinadora foi composta pela professora Dra. Maria Cristina Caminha de Castilhos França, do IFRS – Campus Porto Alegre, e pela professora convidada Dra. Rita de Cássia Grecco dos Santos, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que participou via webconferência.

A apresentação do mestrando foi prestigiada com as presenças do Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFRS, professor Dr. Eduardo Girotto, do Diretor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFRS – Campus Porto Alegre, professor Dr. Evandro Miletto, e da coordenadora do Mestrado ProfEPT no IFRS, professora Dra. Clarice Monteiro Escott, além da Chefe do Departamento de Pós-graduação dá Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do IFRS (PROPPI), professora Jaqueline Morgan, e de colegas de curso.

Tendo sido aprovado na sua defesa, Luiz Felipe tornou-se o primeiro Mestre em Educação Profissional e Tecnológica formado pelo IFRS. “A defesa da dissertação do Luiz Felipe representa a consolidação do ProfEPT no IFRS e a nossa contribuição efetiva para a educação profissional e tecnológica”, destaca Clarice.

Sobre as contribuições trazidas pelo curso e sua conclusão, Luiz Felipe considera que “ter a oportunidade de realizar este programa de mestrado contribuiu em muito não apenas no meu crescimento acadêmico e profissional, mas também em minha constituição como cidadão. Poder pensar a educação como uma forma de se caminhar na direção de uma sociedade melhor, uma sociedade que não separe uns para que pensem e outros para que vivam de seu trabalho manual, uma sociedade que insira e não exclua, talvez tenham sido as maiores contribuições que este curso me trouxe. Penso que o título decorrente seja apenas mais um passo em uma trajetória que não possa se limitar a isso “.

“A educação profissional e tecnológica tem ainda muito a crescer no Brasil, muito a contribuir para a prática pedagógica. E o ProfEPT é um destes instrumentos de resistência, de contribuição e de produção de saberes. Saberes que fomentem a crítica e a autonomia, que questionem e, mais do que isso, que não se acomodem”, complementa o mestre recém titulado.

Confira o resumo da dissertação defendida:

Devido a atual conjuntura brasileira, a prática escolar tem destinado pouco espaço para a discussão de temas políticos, assunto tão importante para o desenvolvimento do senso de cidadania de nossos(as) jovens. Uma vez que a pauta pela defesa de uma educação integral está bastante em evidência, este estudo se propõe a discutir e contextualizar a abordagem política em espaços escolares, ao entender que os futuros egressos do secundário precisam estar aptos a pensar e conviver em sociedade, de forma crítica e autônoma. Ao levantar a bandeira da escola neutra, o discurso dominante tenta passar uma imagem negativa da reflexão política em sala de aula e, implicitamente, busca tornar regra suas concepções ao relegar tais discussões. Por isto, disseminam-se manifestações de ódio, preconceitos e dogmas políticos, muitas vezes causados por mera falta de conhecimento quanto às propostas apresentadas por cada ideologia ou partido político. Este estudo, neste sentido, propõe uma análise das legislações educacionais vigentes, do discurso de movimentos como o Escola sem Partido e de pesquisas correlatas, com o objetivo de fornecer estratégias didáticas para que docentes possam trabalhar a educação política em espaços escolares, contribuindo para uma formação integral dos(as) educandos(as). A metodologia empregada foi a qualitativa, utilizando análise documental e revisão bibliográfica com relação às fontes pesquisadas, além da pesquisa participante como forma de condução da pesquisa. O produto educacional vinculado ao estudo trata, justamente, de levar à sala de aula o conhecimento político ligado à práxis social e em linha com o modelo de educação atual – contextualizada e em vistas a uma formação voltada ao preparo para o exercício da cidadania. Como resultados encontrados, pôde-se verificar que o discurso dos movimentos que pregam uma educação neutra não encontra bases legais em nossa norma jurídica. Ao mesmo tempo, concluiu-se que os(as) estudantes desejam que a escola lhes apresente a temáticas contextualizadas com a rotina social, de forma a lhes preparar para uma correta inserção na sociedade. Assim, é esperado que esta pesquisa possa auxiliar a todos(as) que busquem por uma sistematização para o trato da reflexão política em sala de aula, pensando sempre em uma educação realmente integral, que não exclua a formação cultural em detrimento da técnica. Palavras-chave: Formação integral. Consciência crítica. Escola neutra. Educação política.

*Reportagem: Cristine Thomas

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