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Projeto de extensão produz e distribui sabão biodegradável a populações vulneráveis


Barras foram elaboradas reaproveitando óleos comestíveis, um resíduo poluente e de difícil descarte

Desde 2021, o projeto de extensão “Produção e distribuição de sabões para populações em situação de vulnerabilidade e risco social”, coordenado pela professora Marilia Assunta Sfredo com a participação das estudantes Gabriela Smolinski da Silva, Danieli Aimi e Fabiana Felski Vicianoski busca dar um outro destino ao óleo de cozinha utilizado para a fritura de alimentos. O descarte inadequado desses resíduos de gordura, seja no solo, seja na água, pode causar uma série de problemas ambientais, alcançando rios e oceanos. Quando transformado em sabão, no entanto, através de um processo conhecido como saponificação, torna-se biodegradável. Além disso, recebe uma função de higiene e limpeza, inclusive para a lavagem das mãos (ver cartaz abaixo, desenvolvido pelo projeto), uma ação essencial para a prevenção de várias infecções, como a covid-19.

A produção dos sabões ocorreu na usina de Tecnologia de Bebidas do Campus Erechim e resultou na produção de mais de 22kg do produto, que foram entregues ao Centro Cultural e Assistencial São Cristóvão (CECRIS), entidade que atende a cerca de 40 famílias em Erechim, e a aldeias indígenas da região.

Sobre o processo de saponificação

Para a elaboração do sabão contendo óleo de fritura foi necessário determinar o índice de saponificação dos lipídios utilizados, de forma a garantir que a quantidade de hidróxido de sódio empregada não fosse excessiva, evitando a ocorrência de danos à pele dos consumidores. A determinação do índice de saponificação foi realizada conforme o disposto na Farmacopeia Brasileira, contendo os dois lipídios utilizados na produção de sabão: óleo de soja oriundo de uso doméstico para frituras e o sebo (gordura animal que confere maior firmeza ao sabão). O índice de saponificação obtido foi de aproximadamente 200 mg de KOH/g. A partir desse índice determinou-se a formulação completa do sabão. Os ingredientes foram preparados e misturados até completar a reação de saponificação e então o líquido ainda quente foi distribuído nas formas para resfriamento e solidificação. Posteriormente, os sabões foram armazenados em uma primeira embalagem plástica de policloreto de vinila, para evitar a absorção de umidade. Como embalagem secundária, foi desenvolvida uma caixa de papelão quadrada, com capacidade para aproximadamente 6 sabões de 5 cm x 4 cm x 2 cm. As caixas foram rotuladas e entregues para a CECRIS e para as aldeias indígenas da região de Erechim.

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