Início do conteúdo

Roda de Conversa debate sobre mulheres no futebol


Um evento promovido pelo NEPGS (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade) e o NEABI (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas) buscou trazer para debate o tema Mulheres no Futebol, tendo em vista a Copa do Mundo de Futebol Feminino que aconteceu em 2019. Durante a atividade, mulheres que gostam do esporte puderam expor seus pontos de vista e vivências nesse meio para esclarecer aos demais presentes sobre como é a realidade do esporte feminino no Brasil.

A professora Carina Tonieto, da área de filosofia, fez parte do evento e destacou que o futebol feminino passou por três fases no Brasil: primeiro era proibido por força de lei que as mulheres jogassem, a justificativa era que o sexo feminino era frágil e não devia se submeter a esse esporte, dedicando seu tempo para atividades do lar, apesar da proibição, o futebol feminino ainda era jogado como forma de apresentação artística em circos.

Após revogada a proibição, ainda não existiam incentivos para que as mulheres praticassem esse esporte, mesmo podendo escolher se queriam ou não jogar, ainda não haviam espaços para tal. Em um momento seguinte, o futebol foi profissionalizado para as mulheres, onde começaram a surgir os times oficiais e a seleção brasileira de futebol feminino. Carina ressalta que “temos ainda grandes espaços de preconceito e de falta de aceitação de que as mulheres, de fato, têm competência técnica para jogar futebol no mesmo nível que os homens”.

Experiência dos Estudantes

A aluna do 5º Semestre do curso de Agronomia, Nathália Tramontini, comentou sobre a participação brasileira na copa do mundo, segunda ela, as mulheres jogaram bem e a falta de incentivo no Brasil foi o principal fator pelo qual não conseguiram um desempenho melhor na competição.

Nathália joga futsal desde criança e aponta que o encorajamento por parte de treinadores e do público é fundamental para melhorar a situação: “a minha experiência sempre foi com um treinador que incentivava muito as meninas jogarem, até botava as meninas jogar contra homens, não tendo essa desigualdade de um e de outro e sempre incentivando, sim, a mulher dentro do esporte, o que, para mim, foi muito importante, porque acabei não crescendo com a visão de que o esporte feminino era inferior ao masculino”.

Novas Ações dos Núcleos

Esse debate não será uma atividade isolada, mas parte de um conjunto de conversas sobre diversos temas sociais. Vanessa de Castro, psicóloga do Campus Ibirubá e coordenadora do NEPGS, destaca que essa foi a primeira roda de conversa e que, em sequência, serão feitas outras abordando questões LGBT+ e, no próximo semestre, questões étnico-raciais.

Vanessa e Carina destacam que a abordagem dos temas é feita com base nas vivências dos alunos, sem quaisquer vieses ideológicos e sem intenção de influenciar o pensamento dos estudantes, mas, sim, procurando debater temas polêmicos por diversos pontos de vista e desenvolver um pensamento crítico sobre os assuntos tratados.

Fim do conteúdo