Início do conteúdo

Projeto de Ensino reúne Egressos dos Cursos Técnicos Subsequentes em Eletrotécnica e Mecânica do IFRS-Campus Ibirubá


Momento cultural realizado com o estudante do Curso de Engenharia Mecânica, Samuel Reis.

No dia 4 de agosto, foi realizada uma atividade com egressos dos Cursos Técnicos Subsequentes. No encontro, os estudantes egressos relataram suas experiências com os atuais estudantes, de como suas trajetórias pessoais e profissionais foram  atravessadas por muitos desafios, superações e como sua vida mudou após concluir os estudos.

Esta iniciativa compõe uma das ações do Projeto de Ensino “Acompanhamento Pedagógico na Perspectiva da Formação Integrada do Trabalhador-Estudante”, que atua no acompanhamento pedagógico, socialização  e integração, o qual objetiva dar visibilidade aos cursos e aos estudantes. Coordenada pela Assistente Social Ana Paula de Almeida, conta com duas bolsistas: Morgana dos Santos do Curso Técnico Integrado em Informática e Vera Kuffel do Curso de Agronomia.

Por sua característica de inclusão social, os cursos técnicos subsequentes em Eletrotécnica e Mecânica, buscam atender trabalhadores-estudantes que já atuam no mundo do trabalho, os quais  trazem consigo suas trajetórias de escolarização e formação, trazendo para o IFRS-Campus Ibirubá, estudantes que precisam aliar o ritmos da nova escola com o trabalho e família. Além disso, os impactos da pandemia de Covid-19 em um contexto amplo revelou que institucionalmente foi um dos públicos que mais tiveram dificuldades de permanência e êxito escolar..

Seis egressos, dos Cursos Técnicos Subsequentes em Eletrotécnica e Mecânica, relataram suas experiências no curso e como a formação contribuiu para suas atuações no mundo do trabalho.

– Rosália Falcade, 27 anos, proprietária da empresa Falcade Instalações Elétricas, atua no Município de Selbach, formou-se no Curso de Eletromecânica em 2013;

– Alexandre Lima, 39 anos, proprietário da ALTEC Energia Solar, atua no município de Tapera e região, formou-se em Eletrotécnica em 2015;

– Alisson Soletti, 38 anos, proprietário da empresa Servicetech, localizada  no município de Espumoso, conclui o curso em Eletrotécnica no próximo semestre;;

Marlon Augustinho Freitas, 29 anos atua como instrutor de educação básica profissional I no SENAI, formou-se em Mecânica em 2017;

– Giovanna Ignácio, 39 anos, atua no cargo de Auditora de qualidade na empresa AGCO, formou-se em Mecânica 2018;

– Lúcio Scheibe, 38 anos, atua na empresa Indutar no cargo de matrizeiro ferramenteiro, formou-se em Mecânica em 2019.

Durante o encontro, os egressos relataram sobre a importância de persistir nos estudos,  explanaram sobre a qualidade do ensino do IFRS, do nível de exigência de algumas disciplinas e da qualificação dos professores. Outro elemento necessário a ser considerado nesta trajetória é o fato do estudo representar um retorno à escola, pois muitos dos estudantes já estavam trabalhando quando sentiram a necessidade de profissionalizar-se e aperfeiçoar seus fazeres profissionais.  Ressaltaram que o esforço e dedicação foram fundamentais para a construção das suas histórias e sentirem-se orgulhosos.

Giovana, recordou que durante o curso teve vários contratempos, iniciou em 2012 e em determinado momento chegou a jubilar e novamente fazer o processo seletivo. A situação de saúde do filho exigiu mais tempo dedicado à família. O fato de não ter desistido dos estudos apesar das dificuldades, e ter concluído o curso possibilitou a atuação profissional com qualificação. Segunda ela, hoje teria aproveitado melhor o curso , pois está mais madura e valoriza muito mais o curso. A mensagem que ela deixa aos atuais estudantes é: “Não parem de estudar e a mulher tem muitas condições de atuar dentro da indústria”.

Enquanto Rosália, lembrou que foi a mulher pioneira na região na área Elétrica. Relata que   já enfrentou muitos preconceitos, desde a época do estágio, precisou fazer em outra cidade pois como não havia abertura para as mulheres nesta área. Lidar com esses desafios foi necessário muita persistência e dedicação, pois seus saberes técnicos foram colocados muitas vezes à prova. Aproveitem o máximo o curso, porque um dia vai fazer falta. Sou um exemplo, pois me arrependo de não ter aproveitado mais.

 

Atualmente, observa que seu trabalho é  reconhecido e com boa rentabilidade econômica. A mensagem que ela deixa aos atuais estudantes é: ” Não abandonem seus sonhos e lutem e ocupem seus espaços na sociedade”.

Alexandre, relatou com carinho dos professores, amigos e da valorização pelo curso que transformou sua vida e da sua família. Destaca que foram épocas difíceis, lembrou que os Auxílios Estudantis foram imprescindíveis, pois precisava dividir carona para se deslocar toda noite até o Campus, foi um período duro, tinha filho pequeno, esposa e exigiu abdicar-se de algumas coisas, contudo reconhece que isso resultou num crescimento pessoal e profissional. Com relação a rentabilidade, comenta que está na melhor fase, a empresa está estruturada, atende a toda região na área da energia fotovoltaica, existe muito trabalho neste ramo e a tendência é ampliar cada vez mais. Por isso, exigem-se bons profissionais, atentos, não pensando só pensando na rentabilidade, mas também na parte humana, na valorização da vida.

Marlon, destacou que o PPC do curso passou por algumas alterações em relação aos estágios, e considera que essa foi uma mudança importante apesar de observar a necessidade de outras alterações serem também necessárias. Identifica que os fatores do cansaço, o sono e a dificuldade de conciliar estudos e trabalho são desafios que trazem ao mesmo tempo crescimento pessoal. Atualmente, Marlon sente-se realizado na profissão e busca melhorar mais. Sua mensagem para os estudantes é “o mundo do trabalho solicita atitude e liderança, busque ir atrás de seus objetivos e mude sua vida”.

Após os relatos dos egressos, motivou-se o diálogo com os estudantes atuais, onde foram levantados questionamentos diversos, houve a troca de experiências e ampliou-se o debate sobre temas pertinentes, como a atuação da mulher e os preconceitos vividos nestes ramos ocupados por homens. Espaços como a indústria, apresentam preconceito em relação ao gênero, por vezes velados.

Foi um momento muito importante de escuta, trocas de experiências e aprendizagens tanto para os estudantes, familiares e professores dos Cursos Subsequentes. Através desta atividade realizada com os egressos, manifestamos nosso compromisso, enquanto instituição pública de ensino, de avançarmos na promoção de uma educação voltada  à classe trabalhadora e comprometida com a formação social e cidadã.

Fim do conteúdo