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Bit Rosa realiza bate-papo com pesquisadora internacional
O Coletivo Bit Rosa – Elas na Computação do IFRS Campus Ibirubá, coordenado pela professora Lisiane Cézar de Oliveira, promoveu o primeiro bate-papo “Elas fazem Ciência” de 2025. A atividade faz parte do projeto homônimo ao coletivo e que está vinculado ao Edital Meninas na Ciência. O objetivo central do projeto é despertar a vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes, especialmente do gênero feminino, por meio da participação em atividades de pesquisa científica e tecnológica.
No primeiro encontro, realizado na noite de 28 de abril, a convidada foi a Dra. Carolina Gubert, que relatou sua trajetória profissional e pessoal, conectando-a ao tema da noite: “Neurônios, Escolhas e Ousadia”. Ela é pesquisadora e líder da equipe do eixo microbiota-intestino-cérebro do Grupo de Epigenética e Plasticidade Neural da The Florey – o principal centro de pesquisa cerebral da Austrália. Ela compartilhou um pouco de como foi a sua trajetória, sem focar detalhadamente nos aspectos técnicos de sua pesquisa, procurando motivar os estudantes. Segundo a coordenadora do Bit Rosa, professora Lisiane:
“Essa abordagem vem no sentido de inspirar as/os estudantes de diferentes áreas de conhecimento a se engajarem no universo da ciência e a explorarem suas potencialidades enquanto investigadores, de modo que possamos produzir novos conhecimentos a partir de outras referências e perspectivas de mundo.”
Desse modo, estudantes dos cursos de Ciência da Computação, Engenharia Mecânica e Matemática puderam se beneficiar da fala da pesquisadora se inspirar em sua trajetória.
A história de Carolina
Carolina nasceu em Ijuí/RS e mudou-se para Porto Alegre aos 12 anos de idade. Ela sempre estudou em escola pública, inclusive cursando graduação, mestrado e doutorado em biomedicina/bioquímica uma universidade pública, a UFRGS. A vontade de ser pesquisadora internacional iniciou cedo, ou seja, suas atividades acadêmicas já foram sempre motivadas para esse objetivo. Ela começou pelo básico: fazendo seu passaporte e estudando inglês. Essas duas ações propiciaram que ela fosse para a Austrália pela primeira vez durante o mestrado.
A participação em congressos da área abriu portas tanto para prêmios quanto para contatos. Foi assim que ela conheceu seu atual chefe em um evento nos Estados Unidos. Carolina está na no Florey Institute desde 2018, atualmente sua pesquisa estuda como as bactérias do intestino podem ser usadas para melhorar doenças neurológicas, como a Doença de Huntington e Esquizofrenia, por exemplo. Esse projeto iniciou quando ela resolveu apostar em um projeto novo para conquistar um pós-doutorado. Segundo a pesquisadora:
“Tu tem que começar do zero, se reinventar, é assim que vêm as ideias mais criativas.”
Hoje, seu maior orgulho é ser cidadã australiana por meio do Global Talent Scheme (GTS). Esse programa atrai profissionais altamente qualificados oferecendo-lhes um caminho acelerado à residência permanente e à cidadania. O GTS faz parte de uma estratégia de longo prazo do governo australiano para fortalecer a economia com os melhores talentos do mundo. Carolina admite sentir-se ainda no início de sua carreira, apesar de já ter publicado mais de 50 artigos — inclusive em revistas globalmente prestigiadas como a Nature — e acumular cerca de 1.800 citações. Para finalizar sua fala, ela compartilhou conselhos valiosos aos estudantes como não esquecer as próprias raízes. A mensagem foi de dedicar-se aos estudos, buscar oportunidades, colocar-se no lugar e na hora certos, ousar, confiar em si mesmos e aproveitar cada passo da jornada.