Geral
IFRS Campus Caxias do Sul é contemplado em chamada pública da RGE/CPFL de eficiência energética
A eficiência energética é foco de grandes debates em instituições públicas e privadas. A sua importância vai além da economia e da diminuição de custos com energia. A sua aplicação está diretamente relacionada à preservação do meio ambiente e, principalmente, às estratégias de perpetuação operacional e econômica das instituições. Otimizar o uso energético é fundamental em qualquer empreendimento e, claro, é de suma importância numa instituição pública. Aqui no IFRS Campus Caxias do Sul, onde o orçamento é predefinido anualmente, a cada ano que passa se renova o grande desafio estratégico para os gestores deste campus: toda economia gerada deve ser revertida em investimentos e melhorias no campus.
Somos uma instituição que desenvolve pesquisa e conhecimento científico. Temos uma grande responsabilidade com a aplicação de metodologias que busquem otimizar o nosso desempenho institucional. As ações desenvolvidas no campus têm por finalidade demonstrar que a gestão associada à preservação ambiental gera eficiência e economia. Na prática, isso significa reduzir o impacto na geração, transmissão e distribuição que a energia elétrica causa ao meio ambiente: “Nós, do Campus Caxias, não queremos apenas gerir para manter alunos e cursos, queremos servir de exemplo para quem se preocupa com o planeta, como pesquisadores e produtores de conhecimento que somos. A nossa gestão tem que servir de alicerce para produção de soluções incrementais em inovação, a qual possa ser referência para eficiência energética de outros Campi e outras Instituições públicas e privadas”. Afirma Juliano Cantarelli Toniolo, Diretor-Geral do IFRS Campus Caxias do Sul.
A direção do Campus Caxias vem atuando para consolidar ações de gestão de eficiência energética com o intuito de preparar o campus para os desafios econômicos futuros.
O histórico de iniciativas para o desenvolvimento dessas estratégias teve início no ano de 2016 com a criação de um grupo de trabalho formado pelos servidores do Instituto. E esse esforço institucional está de acordo com o Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – EnergIF – que é um projeto do Ministério da Educação (MEC), intermediado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), que busca induzir a cultura do desenvolvimento de energias renováveis e eficiência energética na Rede Federal de Educação.
O grupo de trabalho, formado em 2016, trabalhou intensamente. O grupo contou com a participação dos servidores do Instituto Federal do Rio Grande do Sul: Juliano Cantarelli Toniolo, Jaqueline Janaina Sirena, Jefferson Haag, André Labordi, João Cândido Moraes Neves, Juliano de Sousa Bueno, Manuela Damiani Poletti da Silva, Roberta Guimarães Martins, Marcelo Gonçalves de Sousa, Paulo Roberto Janissek e Robson da Silva Telles. Naquele momento, os servidores receberam a incumbência de avaliar, pesquisar e elaborar as propostas de ações em eficiência energética nas dependências do IFRS Campus Caxias do Sul. Além disso, foram responsáveis por preparar a documentação da primeira versão do projeto de eficiência energética do campus, produzido em parceria com a empresa Perfil Energia, para o primeiro edital no qual participamos. Embora, à época, não tivéssemos sido contemplados na chamada pública promovida pela RGE/CPFL, o grupo de trabalho identificou, já em 2016, quais medidas deveriam ser tomadas para que o campus pudesse ser mais eficiente no uso de recursos energéticos. Como resultado, não só criamos campanhas de conscientização, com alunos, via cartazes afixados ao lado dos interruptores de luz nas salas de aula, banheiros e setores de serviço da instituição, como também implementamos a instalação de sensores de movimento nos corredores e banheiros da instituição. Esses equipamentos têm a função de evitar que as lâmpadas fiquem ligadas sem necessidade, na ausência de fluxo de pessoas. Aparentemente pequenos, esses resultados representaram os ganhos iniciais, em um percurso que nos levaria ainda mais longe.
Hoje, em 2018, o Campus decidiu elaborar um novo projeto para a chamada pública NP/PEE-CPFL – 001/2018, em conjunto com a empresa Perfil Energia. Essa versão da proposta recebeu especial atenção do Diretor-Geral do Campus, Sr. Juliano Cantarelli Toniolo, e da Engenheira Eletricista, Marcela Sperb Moraes, responsável técnica pelo projeto e representante da Perfil Energia. Dessa vez, fomos contemplados.
O projeto vitorioso é fruto de uma parceria público privada, via dispensa de licitação, registrada sob número: 292/2016. A experiência que tivemos em 2016 serviu, portanto, de base de aprendizado. Ela foi determinante para o sucesso e a aprovação da proposta que submetemos neste ano.
A proposta, aprovada no edital da CPFL Energia em 2018, investirá 138 mil reais no IFRS Campus Caxias para substituição de 63 lâmpadas, do tipo vapor metálico com reatores eletromagnéticos, referentes aos postes de iluminação do estacionamento, por luminárias com tecnologia LED. Isso vai gerar uma redução aproximada de 34% no consumo atual. A ação prevê uma economia estimada de 5 mil reais mensais na nossa conta de energia elétrica, ou seja, uma redução de 66,9 megawatts de economia anual, perfazendo 23,86% do consumo de energia elétrica do campus, quase 60 mil reais por ano de economia. Ademais, a iniciativa prevê, por meio de treinamento técnico, conscientizar os servidores que atuam no IFRS para o uso adequado e seguro da energia elétrica. Com isso, desponta nossa principal finalidade, que é reduzir o consumo e disseminar o entendimento sobre a importância e a viabilidade do uso de fontes renováveis de energia.
Logo, nossos propósitos atingiram seus objetivos. Nossa experiência e essa iniciativa, então, inédita do IFRS Campus Caxias do Sul, se revelaram significativas para o Campus Canoas, que também submeteu uma proposta à chamada pública da CPFL NP/PEE-CPFL – 001/2018. Tomando como base o projeto elaborado pela diretoria do Campus Caxias, a instituição com sede na grande Porto Alegre também foi contemplada e, da mesma forma, receberá investimentos na área de eficiência energética ao longo do ano de 2019. Entretanto, o Campus Caxias quer mais. A diretoria do IFRS acredita que possa contribuir efetivamente para formação de uma cultura de sustentabilidade e eficiência. Para isso, assume o papel de agente transformador referencial que, atuante, busca alternativas que proponham novas políticas de gestão pública dentro da rede e permitam aprimorar seus contornos.
Isto posto, deduzimos que o grande desafio assumido por esta gestão, para um futuro próximo, é que possamos construir e implantar uma mini usina de geração de energia fotovoltaica. Projetamos que ela terá potência nominal de 85.7 kilowatts de energia renovável com capacidade de gerar até 10.798 kilowatts de energia elétrica por mês. Atualmente, isso equivale a 8,700 reais de economia mensal na conta de luz da instituição. Para tanto, foi alinhado, recentemente, o apoio entre setores da rede federal. Nesse sentido, o Diretor Anderson Yanzer, responsável pelo escritório de projetos do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, se propõe a viabilizar, dar o suporte técnico e o apoio financeiro necessários para as iniciativas, referentes à matriz energética renovável, pretendidas pelo Campus Caxias. Mais uma vez, reiteramos nossa estratégia de buscar soluções dinâmicas e criativas para resolver questões de ordem financeira e estrutural, contando com uma rede de atores, formadores de cultura, atentos às demandas da contemporaneidade, o que se reflete no maior desafio de qualquer instituição pública.
Fotos e reportagem: Luciano Cardoso Entrevistados: Juliano Cantarelli Toniolo, Marcela Sperb Moraes, Rodrigo Dullius, Roberta Guimarães Martins e Robson da Silva Telles.