Geral
Convivência familiar na quarentena
Normalmente, a intensa rotina de nossa vida cotidiana acaba por restringir os contatos com nossos familiares. Durante muito tempo, a falta de tempo para o convívio foi um grande motivo de queixas em relação às diferentes configurações familiares. Entretanto, no momento atual, a necessidade de ficarmos em casa tem modificado o cenário. Para alguns, estar em casa significa uma oportunidade de estreitar laços, já para outros, traz à tona conflitos e dificuldades de convivência.
Considerando tais questões, reunimos alguns pontos importantes para refletirmos e, quem sabe, modificarmos aspectos em nossas relações interpessoais.
– A convivência com o outro perpassa pela convivência comigo mesmo. Talvez, o ponto mais importante das relações afetivas seja o autoconhecimento. Por isso, reflita: Você se conhece? Como você convive consigo mesmo, com suas características pessoais, suas potencialidades e suas limitações? Como você tem cuidado de si? Como esses fatores interferem na sua relação com os outros? Que aspectos seus poderiam ser modificados para melhorar seus relacionamentos?
– Relações saudáveis se baseiam no diálogo. O diálogo pressupõe dois pontos: a fala e a escuta. É necessário aprender a escutar ativamente o que o outro tem a nos dizer, procurando se colocar no seu lugar, na situação relatada. Ao conversar, procure falar sobre o seu ponto de vista, sobre como se sente com a situação. Ao invés de falar do outro, fale sobre como você se sente em relação a ele, sobre os impactos de suas atitudes em seus sentimentos e em aspectos práticos de sua vida.
– É importante reconhecer que os conflitos são normais e podem ser oportunidade de mudança e crescimento nas relações. Aprender a lidar com discordâncias é importante para nosso crescimento pessoal e para fortalecer nosso vínculo com o outro.
– Busque por soluções e atividades coletivas. Resoluções impostas de forma unilateral não apresentam bom resultados, procure construir soluções com todos os envolvidos, através do diálogo.
– Construa uma rotina de atividades com a família. Todos devem ter responsabilidades, que podem ser compartilhadas. Ter uma rotina é um fator protetivo para a saúde mental, muito importante para as crianças, adolescentes e adultos.
– Respeite o espaço, o tempo e a individualidade do outro. Ter espaço para nossa individualidade é importante, para a preservação da identidade de cada um. Então, se for possível, tenha um momento para si e permita o mesmo aos outros. Se conseguir, tenha um espaço e um tempo destinado para as suas atividades (pessoais, profissionais, estudo, lazer, entre outros).
Lembre-se! Os vínculos são sinônimo de cuidado e proteção, aproveite esse momento para se tornar mais próximo de quem é importante para você, através de um exercício de paciência, sensibilidade e respeito.
Texto por: Jocianne Giacomuzzi Pires
Psicóloga – Coordenadoria de Assistência Estudantil