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Programa de Mobilidade Estudantil do IFRS amplia formação técnica e acadêmica no exterior


O Programa de Mobilidade Estudantil do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) tem oportunizado a estudantes experiências acadêmicas e técnicas em instituições internacionais, fortalecendo a formação profissional, científica e humana. As trajetórias de Augusto Dessanti e Carolina Vilasboas de Lima, estudantes do Campus Farroupilha, demonstram como a experiência internacional contribui para o aprofundamento dos conhecimentos, a internacionalização da formação e a ampliação de perspectivas acadêmicas e pessoais. Já para a estandante Sabrina Bender Franz, o momento é de expectativa, pois em 2026 ela terá a oportunidade de desenvolver pesquisas em Portugal.

Tecnologia, inovação e dupla diplomação

Em novembro de 2025, o estudante Augusto defendeu o mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores por meio do programa. No entanto, a história dele com a mobilidade teve início em 2023. Na época, ele realizou o intercâmbio no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal, durante o período final de sua graduação em Engenharia de Controle e Automação do IFRS – Campus Farroupilha. Permaneceu seis meses na instituição de destino e, segundo o estudante, ele buscava uma experiência internacional aliada ao aprofundamento técnico em áreas complementares à sua formação.

Durante o intercâmbio, Augusto cursou disciplinas nas áreas de inteligência artificial, desenvolvimento de softwares, estrutura de dados, processamento de sinais, visão computacional, deep learning e internet das coisas. Experiências permitiram integrar conteúdos que, muitas vezes, não são trabalhados de forma conjunta na graduação.

Ao longo da mobilidade, o estudante identificou a possibilidade de realizar dupla diplomação, ingressando em um mestrado em Portugal, equivalente à etapa final de sua graduação no Brasil.  Além das atividades curriculares, Augusto participou de hackathons, eventos de programação, ações de integração acadêmica e atuou como mentor de xadrez, contribuindo para a socialização e o acolhimento de estudantes. Ele destaca ainda o desenvolvimento do inglês, o contato com estudantes de diferentes países e a aproximação com práticas de pesquisa, escrita de artigos e interação com empresas. “Foi uma experiência bem boa, deu para aprender bastante, deu para ter uma ideia de como que funcionava a parte acadêmica, escrita e publicação de artigos, a participação com empresas, atividades externas, eventos de competição de programação… Foi bem legal!”

Formação docente, pesquisa e prática pedagógica

Já Carolina Vilasboas de Lima, estudante do curso de Pedagogia do IFRS – Campus Farroupilha, está em mobilidade acadêmica no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal, desde setembro deste ano. Ela realiza seus estudos na Escola Superior de Educação de Bragança (ESE), cursando disciplinas no curso de Educação Básica, com forte articulação entre teoria, prática e pesquisa.

Ela destaca que na disciplina de Estágio em Iniciação Científica está desenvolvendo uma pesquisa sobre Tecnologias Digitais para a Inovação da Aprendizagem Ativa. Já na de Iniciação à Prática Profissional II, há a possibilidade de estágio com observação e atuação em uma escola de Educação Infantil, na etapa da pré-escola. “Essa combinação de disciplinas tem ampliado significativamente minha compreensão sobre a educação em diferentes contextos”.

A vivência em uma realidade educacional diferente tem provocado na acadêmica reflexões sobre a prática docente: “Conhecer a metodologia de uma escola portuguesa, as vivências e as experiências pedagógicas, e observar o desenvolvimento de crianças de outra nacionalidade tem sido desafiador, mas intrigante. Faz pensar, enquanto docente, em como dar mais visibilidade às infâncias”, relata.

A mobilidade também possibilitou que Carolina cursasse disciplinas de Metodologia em Educação em Creche e Metodologia em Educação Pré-Escolar, vinculadas a um curso de mestrado, além de sua inserção no Centro de Investigação Transdisciplinar em Educação e Desenvolvimento, onde atua como estagiária de pesquisa, ampliando o contato com acadêmicos e recursos de estudo.

Para Carolina, a experiência representa uma transformação pessoal e profissional: “Minha realidade se transformou desde quando entrei no IFRS. O que eu levo desta experiência internacional é não só o crescimento como estudante, mas uma bagagem de pesquisa e de conhecimentos, com novos horizontes, novas amizades e uma nova perspectiva de vida”. Ao final do semestre, a estudante seguirá em mais um período de mobilidade, com retorno previsto para julho de 2026.

“Desejo que mais pessoas vivam o que estou vivendo. Antes de me inscrever, um professor do curso me disse ‘vai e faz teu nome’. E hoje estou aqui, fruto de uma Educação Pública, gratuita e de qualidade! Fruto do estudo a partir de bons professores que acreditam que a educação transforma e que acreditam nos seus estudantes!”, conclui Carolina.

Internacionalização e formação integral

As experiências de Augusto e Carolina evidenciam o papel do Programa de Mobilidade Estudantil do IFRS na promoção da internacionalização e na formação integral dos estudantes, fortalecendo competências técnicas, acadêmicas, culturais e humanas, e reafirmando a importância da educação pública, gratuita e de qualidade na construção de trajetórias transformadoras.

E logo mais, Sabrina Bender Franz, acadêmica do Mestrado em Tecnologia e Engenharia dos Materiais do IFRS (Caxias do Sul, Farroupilha e Feliz), participará da mobilidade internacional. Ela vai desenvolver parte pesquisa de mestrado no Instituto Politécnico de Bragança (Portugal). Durante o período de mobilidade, a acadêmica vai estudar o desenvolvimento de um compósito de matriz cimentícia e argila expandida para aplicação em coberturas de colmeias, com o objetivo de melhorar o conforto térmico das abelhas e promover a sustentabilidade dos materiais utilizados na apicultura. “Essa experiência representa uma grande conquista pessoal e acadêmica, além de uma oportunidade ímpar de aprendizado e de troca de conhecimentos com pesquisadores de outro país.”
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