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Amizade e novos conhecimentos: Meninas nas Ciências foi além dos cálculos e oficinas


Aquelas meninas ainda tímidas no primeiro dia de oficina, mas muito curiosas, se transformaram em grandes amigas e mais: aprendizes de cientistas! Foram quatro meses de encontros semanais no projeto Meninas nas Ciências do IFRS – Campus Farroupilha em que puderam desenvolver raciocínios em atividades teóricas e colocar a mão na massa nos laboratórios do campus. De programação à marcenaria. De design à elétrica. Aprenderam de tudo! E o resultado final são diversas luminárias acionadas por celular, montadas por elas.

No dia 21 de novembro de 2022, ocorreu o último encontro das 19 garotas cientistas, que são estudantes de nono ano de diversas escolas municipais de Farroupilha. Na oportunidade, puderam trocar ideias sobre como foi a jornada no projeto, juntamente da psicóloga do campus, Louise Dallagnol, da bolsista do projeto e aluna da Engenharia de Controle e Automação do campus, Juliana Fogaça, e da coordenadora da iniciativa, Tânia Bertholdo.

Entre suas reflexões na roda de conversa, as meninas apontaram que, além de ter sido um grande aprendizado, foi positivo ter trabalhado com outras colegas que ainda não conheciam.

“Não conhecia ninguém quando vim de Bento Gonçalves para Farroupilha, neste ano. Aqui conheci novas pessoas e todos foram muito legais. Gostaria que o projeto tivesse mais tempo de duração para fortalecer ainda mais a amizade”, comentou Sara de Melo, da Escola Municipal Nossa Senhora de Caravaggio.

Quando Louise perguntou sobre o que mais se destacou nas atividades, as meninas foram unânimes em apontarem as práticas em laboratórios.

“Não esperava aprender a mexer em uma máquina de corte a laser e em uma impressora 3D! Isso me surpreendeu muito”, exclamou Ana Carolina Lima Ferreira, da Escola Municipal Presidente Dutra.

Durante o bate-papo, muitas expressaram o desejo de seguir os estudos no IFRS – Campus Farroupilha, principalmente pela estrutura e atenção dos professores com as estudantes.

Ciências exatas e a presença feminina

É estatístico que as mulheres são minoria na ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), elas representam apenas 35% dos estudantes matriculadas nestas área. Mas isso não é motivo de jogar a toalha, mas, sim, lutar por mudanças. Assim pensa a professora Tânia, que está à frente do projeto de extensão do campus Meninas nas Ciências desde 2016: “É um trabalho coletivo, com vários professores e técnicos envolvidos, e nos sentimos desafiados a lidar com um público tão jovem e tão feminino, o que não é comum em nossos cursos. Esperamos, de algum modo, ter feito a diferença na vida dessas meninas”, comenta a docente. “Fico muito feliz ao ver várias delas, de anos anteriores, estudando aqui conosco!”

O projeto

O projeto de extensão Meninas nas Ciências existe desde 2016 com o intuito de proporcionar a meninas do 9º ano do ensino fundamental da rede pública de Farroupilha uma oportunidade de vivenciarem, aprenderem e se sentirem estimuladas a continuar os estudos. “Para isso, mobilizamos em nosso campus ambientes e temáticas diferentes das que elas estão acostumadas em suas escolas. Já tivemos cinco ofertas do projeto (exceto em 2020/2021), e a cada vez pensamos uma proposta diferente: iniciamos com oficinas genéricas, passamos pela robótica, transitamos pelas estações meteorológicas e hoje finalizamos essa etapa com a construção de uma luminária”, relembra Tânia.

Neste ano, o projeto também contou com o apoio dos docentes Ivan Gabe, Gustavo Kunzel, Rafael Correa e Alexandre Buhler.

 

 

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