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Estudantes de Engenharia Mecânica transformam desenhos de crianças em mascotes 3D em projeto extensionista


A turma da disciplina Extensionista II da Engenharia Mecânica do IFRS – Campus Farroupilha desenvolveu, durante o segundo semestre de 2025, um projeto que uniu tecnologia, criatividade e impacto social. Com orientação da professora Lisiane Trevisan, a iniciativa e teve como parceira a Associação de Pais e Amigos do Autista de Farroupilha (Amafa).

Após um encontro inicial com a entidade, para conhecer as demandas, o projeto ganhou um rumo: transformar desenhos dos alunos da instituição em objetos tridimensionais, por meio de manufatura aditiva (impressão 3D).

Da imaginação ao objeto tridimensional

O desafio proposto exigiu dos futuros engenheiros um olhar pouco tradicional: interpretar desenhos infantis criados por crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e converter as artes em mascotes físicos. As etapas envolveram análise dos desenhos, divisão das criações entre os grupos, modelagem das peças no software SolidWorks, impressão em 3D, pintura e acabamento.

Além da dedicação ao desenvolvimento dos mascotes, a turma também organizou uma arrecadação de brinquedos para complementar a ação. No último dia 25 de novembro, ocorreu uma festa entra os alunos e equipe da Amafa e a turma de engenharia, momento que marcou a interação entre estudantes e os autores dos desenhos.

Para a professora Lisiane, o projeto reforça o papel social da engenharia: “Acredito que o maior desafio das disciplinas extensionistas está justamente em aplicar os processos de fabricação abordados durante a graduação na construção de um projeto social — um projeto capaz de transformar vidas, indo além da construção de máquinas, por exemplo. Agradeço, ainda, a parceria do Idealab do nosso campus por este e por outros projetos realizados nos últimos semestres, e ao bolsista Vitro Dutra pelo apoio essencial na organização deste projeto.”

Experiência transformadora para os estudantes

Os alunos de engenharia destacaram o quanto a atividade ampliou sua visão sobre a atuação profissional e o impacto da engenharia na comunidade.

A estudante Natalia Menegat relata a empolgação e o aprendizado envolvidos: “Desde que a proposta foi apresentada no início do semestre, fiquei muito empolgada com a ideia de transformar o desenho de uma criança da Amafa em um modelo real por meio da impressão 3D. Para nós, da Engenharia Mecânica, o projeto foi desafiador, pois além da modelagem tivemos que explorar nosso lado artístico para pintar e finalizar cada peça com fidelidade. A entrega na Amafa superou nossas expectativas. Ver a alegria das crianças, tanto as que tiveram seus desenhos reproduzidos quanto as que receberam os brinquedos da festinha, foi emocionante! Saímos de lá com a sensação de dever cumprido e com a certeza de que nosso trabalho fez diferença para a comunidade.”

Para Francine Rosseti Baldin, o envolvimento da turma foi essencial: “Desde o começo, ficamos muito felizes com a ideia de fazer algo para as crianças, tornar a imaginação delas realidade, construindo as imagens que elas desenharam, foi um objetivo abraçado por todos da turma. No dia da entrega dos presentes, ver a alegria de todos vendo os desenhos e poder conhecer o dia a dia deles mais de perto foi extremamente gratificante. Com certeza, todo o esforço valeu a pena!”

O estudante Victor de Moura Silva destacou o caráter humano da atividade: “Participar dessa atividade foi, de verdade, uma experiência muito gratificante e transformadora. Poder aplicar aquilo que a gente aprende na faculdade para ajudar as crianças e adolescentes da Amafa me fez perceber que a engenharia vai muito além de cálculos e números… ela também pode ser sensível, criativa e humana. Ver o sorriso deles quando perceberam que os desenhos foram transformados em algo real foi simplesmente inesquecível. Foi um momento que me marcou muito. Essa vivência reforçou em mim a vontade de usar a engenharia para gerar impacto social e realmente fazer a diferença. Sem dúvida, foi um aprendizado enorme, que eu vou levar comigo para a formação e para a vida.”

Amafa destaca sensibilidade e dedicação dos estudantes

A diretora da instituição, Aline da Rosa, expressou a emoção dos participantes e o reconhecimento pelo esforço dos estudantes: “Os alunos do curso de engenharia do IFRS nos agraciaram com mascotes produzidos a partir dos desenhos feitos por nossos alunos com TEA. O momento da entrega foi marcado por muita comoção e felicidade, pois os mascotes ficaram extremamente fiéis às criações originais. A Amafa agradece profundamente o carinho, a sensibilidade e a atenção aos detalhes demonstrados durante todo o processo. Também ressaltamos a atitude incrível dos estudantes na entrega, que ainda prepararam presentes para os alunos que não receberam os mascotes, garantindo que todos se sentissem incluídos.”

Fotos: Amafa/Com autorização da entidade

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