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Meninas nas Ciências | Projeto incentiva alunas do município a desenvolverem habilidades científicas e tecnológicas


Alunas visitam laboratórios do campus. À direita, Juliana, bolsista do projeto.

Olhos curiosos e atentos. Um certo tom de timidez no início, mas logo começam os diálogos e dinâmicas para quebrar o gelo, em grupo. Todas com uma vontade expressa em comum: aprender mais sobre ciência e tecnologia. O primeiro encontro do projeto Meninas nas Ciências de 2022 do IFRS – Campus Farroupilha teve início na tarde desta segunda-feira, dia 15 de agosto. Na oportunidade, as 20 alunas de nonos anos de diversas escolas municipais de Farroupilha se conheceram, participaram de bate-papo em turma, fizeram um tour pelo campus e puderam ter mais informações de como funcionará a ação neste ano.

Ao longo do segundo semestre de 2022, em 12 encontros, as estudantes terão oficinas teóricas e práticas para construírem uma luminária de acionamento por celular. Para chegar a esse resultado no fim do ano, elas aprenderão sobre: design, montagem e manuseio de ferramentas e equipamentos, elétrica e programação.

“Espero que o projeto incentive as meninas a continuar nesta área que não tem muitas mulheres e poderia ter mais. Se pudermos ajudar elas a continuar, ficarei muito feliz”, comenta Juliana Fogaça, bolsista do projeto e aluna da Engenharia de Controle e Automação do campus.

Assim como Juliana, a estudante Ana Carolina Lima, do nono ano da Escola Municipal Presidente Dutra demonstra afinidade com a área de eletricidade e traz de casa o gosto e a curiosidade por aprender mais sobre o assunto: “Meu pai estudou aqui no curso Técnico em Eletrotécnica. Gosto da área de energia elétrica. Acho que vai ser muito legal o projeto com as meninas”.

O cenário das mulheres nas ciências

Durante a Jornada do Dia Internacional das Mulheres da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de 2022, foram mostrados dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU): as mulheres representam apenas 35% dos estudantes matriculados em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em inglês), nas universidades. O porcentual é ainda menor nas engenharias de produção, civil e industrial, e em tecnologia, não chegando a 28% do total.

“Dá pra contar nos dedos quantas meninas estudam aqui nas engenharias. Não é por falta de conhecimento de vocês, meninas. Vocês estão aqui no projeto justamente por gostarem de ciência. Cada uma tem uma vocação, claro. Mesmo que o mundo lá fora tenha preconceitos ou diga que essas áreas não são para mulheres, vocês podem, sim! Vocês têm potencial para as ciências, para a tecnologia, para a matemática e às demais áreas afins.” discursou às participantes da iniciativa a professora e coordenadora do projeto de extensão desde 2017, Tânia Bertholdo.

Juntos na ação, estão os professores Ivan Gabe, Gustavo Kunzel, Rafael Correa e Denise Borch. A psicóloga do campus, Louise Dallagnol também acompanhará as garotas cientistas, além de promover testes vocacionais com elas.

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