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Seminário discute a crise e as mudanças no cenário cultural e da música em tempos de pandemia


Com a chegada do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, além das crises social, econômica, política e sanitária, enfrenta-se ainda uma crise cultural. Festivais de música, festas, shows, qualquer tipo de evento presencial que envolva música estão impedidos de ocorrer para que se evite aglomerações. Com isto, a expectativa é que o setor da música seja um dos últimos a retornar ao normal.

Enquanto isso, surgem novas formas de compartilhar experiências musicais: multiplicam-se as lives em redes sociais; varandas de apartamento viram palcos voltados às janelas vizinhas; playlists têm picos de acesso devido ao aumento de pessoas reclusas em seus domicílios; etc. Além do universo musical, a paisagem sonora urbana também se modificou: ora o som dos automóveis cede lugar a panelaços e palavras de ordem entoadas pela janela; ora buzinaços pela reabertura do comércio ressoam no lugar dos congestionamentos.

Diante de todas essas mudanças no universo do som e da música, o Campus Alvorada do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul e a Linha de Pesquisa Semiótica e Sonoridades (SemSono), em conjunto com pesquisadores brasileiros de música e comunicação de diversas universidades e instituições do país, oferecem o seminário gratuito Som e Música em Tempos de Pandemia. Serão três mesas de debate online para se discutir o estado atual da música e dos sons que nos rodeiam neste período de exceção.

O evento ocorrerá em três segundas-feiras seguidas – nos dias 8, 15 e 22 de junho – das 17h às 18h30 – na plataforma on-line do IFRS. Receberão certificados os participantes presentes em pelo pelos dois dos três encontros e que tenham efetuado a inscrição pelo link do evento até o dia 8 de junho.


Programação
:

8 de junho – 17h às 18h30
As lives como estratégias de fruição em tempos de pandemia
Adriana Amaral (Unisinos); Thiago Soares (UFPE); Simone Pereira de Sá (UFF); Marcelo Bergamin Conter (IFRS); Victor de Almeida Pires (UFAL); Mario Arruda (UFRGS)
Moderador: Tobias Queiroz (UERN)
A mesa-redonda tem por objetivo levantar questões sobre as “lives musiciais” enquanto fenômeno comunicacional que se consolidou no contexto da pandemia da Covid-19. Aspectos ligados à indústria da música, à estética, às sonoridades, à produção de afetos e de sociabilidades, e das materialidades das lives serão exploradas pelos palestrantes.

15 de junho –  17h às 18h30
Cultura de conectividade, distopia e música em tempos de ambientação digital
Jeder Janotti Jr (UFPE); Nadja Vladi (UFRB); Tobias Queiroz (UERN)
Moderadora: Simone Pereira de Sá (UFF)
Este webencontro tem o objetivo de discutir as interconexões e reconfigurações do consumo da música em tempos de pandemia no Brasil. A partir de observações em redes sociais, busca-se refletir as relações entre diferentes ambientes de consumo musical e suas articulações através de práticas de compartilhamento, like/deslike/ e sistemas de recomendação, bem como, os aspectos estéticos dos ecossistemas digitais. Será observada a materialização destas questões nos agenciamentos de categorização e gênero musical a partir das experiências de algumas lives de cantor (es) (as) e rappers, buscando entender as negociações e disputas que atravessam os recortes de gênero, raça, classe e território no acesso aos conteúdos musicais em tempos de cultura digital.

22 de junho – 17h às 18h30
Músicas e sons que ecoam nas cidades – outras sensibilidades em tempos de pandemia e distopia
Jess Reia (McGill University); Cíntia Sanmartin Fernandes (UERJ); Pedro Marra (UFES); Felipe Trotta  (UFF).
Moderador: Micael Herschmann (UFRJ)
Ao longo da pandemia atual, enquanto as cidades estão mais silenciosas, assiste-se de certa maneira a presença de ondas sônicas difusas de diversos tipos, as quais ecoam com frequência e nos mobilizam nos territórios. Por exemplo, têm-se acompanhado vários registros de atores cantando, tocando, dançando e (re)produzindo música nos balcões e varandas das urbes do país e do exterior. Ao mesmo tempo no Brasil, por conta de uma enorme crise, é possível identificar a realização de forma bastante recorrente de diversas manifestações políticas que ganham expressão significativa na forma de “panelaços” e “janelaços”. Assim, constata-se que vêm se produzindo durante a pandemia processos de sensibilização e de construção de relevantes conexões socioculturais e políticas temporárias que se materializam através de “manifestações sonoras presenciais mais distanciadas”, as quais (re)constroem processos de reterritorialização urbanos potentes.

Organização:
Marcelo Bergamin Conter (IFRS); Simone Pereira de Sá (UFF); Tobias Queiroz (UERN); Juliana Henriques Kolmar (IFRS); Eric Lima Pedott (IFRS)

Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Alvorada (IFRS)
Linha de Pesquisa Semiótica e Sonoridades (SemSono)
McGill University (Canadá)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Universidade Paulista (UNIP)

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